Paixões
- TheDuff
- 2 de mai. de 2017
- 3 min de leitura

Sempre me apeguei rápido demais. Nunca fui dessas que chama o cara no chat do Facebook, ou até pessoalmente mesmo, e fala que gostaria de ficar com ele, naquele momento ou para o resto da vida. Porém, eu sempre fui uma menina muito apaixonada. Que se encantava com sorrisos fáceis, com cabelos hidratados, mãos prefeitas e costas alinhadas. Sim, como diz um cretino por aí, "meus gostos são peculiares". Lembro-me de todas as minhas paixão, da primeira até esse cara que não sai do meu pensamento desde que eu, a rainha do "não chamarei um cara", o chamei para uma conversa que acabou sendo gostosa. A primeira foi quando eu devia ter uns seis ou sete anos, e ele era meu colega de classe. Eu mal havia aprendido a escrever e o seu nome já habitava os meus livros didáticos, e eu não sabia esconder de ninguém. Meus primos descobriram e eu passei semanas sendo motivo de piadas por estar apaixonada, mas ainda guardo os livros e seu nome está lá, grifado em canetinha hidrocor rosa para quem quiser ver. A segunda vez foi a mais intensa, e longa, paixão que eu tive na minha vida. Ele era neto de uma vizinha da minha família, e nós brincávamos juntos em todo verão. Durante o ano letivo eu o esquecia, mas durante as férias ele era o meu garoto especial. Depois dos meus dez anos ele parou de passar as férias com os avós, e eu achei que o tivesse esquecido, mas quando eu já estava com treze anos ele fez questão de se tornar meu amigo virtualmente. Minha paixão voltou com toda a força possível, e depois de um ano e meio entre conversas e talvez dois encontros pessoalmente, eu disse que estava apaixonada. Foi um desastre enorme, ele me disse que nós éramos só amigos e nós paramos de nos falar. Essa história tem mais uma parte, mas não é sobre eu estar apaixonada por ele, e sim dele estar apaixonado por mim. O que aconteceu alguns anos depois, mas não estamos aqui para falar sobre quem se interessou por mim ou não. Depois disso tive outras paixões pequenas, alguns amigos que eram atenciosos demais, garotos do meu mesmo meio, colegas de turma, famosos, pois eu sempre fui uma boa adolescente; e garotos que eu conheci pela internet. A minha penúltima paixão talvez tenha sido a mais avassaladora. Eu queria namorar com ele, e ele queria namorar comigo. Mas eu nunca fui uma garota normal, então eu senti medo. Nós, garotas, sabemos esconder nossos demônios muito bem dentro de nós mesmas. Então, eu deixei a chance de ter um namorado passar, mas descobri no final que ele não era o que eu queria. Minha última, e atual paixão, é um cara totalmente diferente de mim. Ele é o rei da academia, e eu sou mais sedentária que o meu gato gordo. Ele é colorado e eu sou aquela gremista que nem sabe a quantas andam o futebol. Ele é todo bonito e estiloso, e eu vou pra faculdade com o mesmo moletom a semana inteira. Ele arrasa o coração das garotas, e eu só arraso o meu cartão de crédito na hora de comprar livros. Ele é calmo, e eu sou toda agitada. Ele fala muito pouco, e eu falo pelos cotovelos. Ele mora a quilômetros de mim, e mesmo assim eu ainda sinto alguma coisa. Esse texto deveria ser sobre as minhas paixões e não sobre ele, mas como diz Clarice Falcão "hoje eu falei pra mim, jurei até, que essa não seria pra você e agora é". Minhas paixões estão presentes em tudo o que eu faço, então ele estará aqui enquanto estiver na minha cabeça. E depois que sair, talvez ainda esteja, pois é sempre bom lembrar com alegria daqueles que nos fizeram sorrir em algum momento das nossas vidas.

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